nunca me senti amada de verdade
no recorrer da minha historia, nos assuntos afetivos, eu sempre fui a que amei mais, me entreguei mais, me dediquei mais, e na real, nunca me senti amada de verdade, apesar das pessoas me dizerem o contrário, mas no fim a gente sente, e pode ser paranoia ou não, tanto faz! só que eu sinto… e quando aparecia alguém que me amava mais, eu não aceitava porque parecia que eu estava enganando a pessoa, afinal a minha exigência interna sempre foi de me dar mais por inteira. sempre precisou desse peso de saber quem ama mais, isso é um pé no saco. eu sempre gostei mesmo de sentir tonturas, borboletas no estomago, de ficar loucona me declarando de hora em hora, de ficar perguntando se a pessoa me ama porque eu sou uma tremenda insegura e carente.
a morte lenta dos afetos sempre esteve presente na minha vida, quando eu era pequena eu sofria afetivamente por histórias que eu nem tinha vivido ainda, parecia um presságio do que iria acontecer na minha vida quando eu tivesse me relacionando de fato. isso me assusta muito!
a disney realmente destruiu a minha vida e me fez acreditar nesse amor porneia, da dependência, do apego, do ciúme quase doentio (eu vivi uma relação que talvez seja a mais profunda da minha vida que foi regida por puro apego, posse, projeções e ciúme doentio)
essa versão não precisa estar mais aqui.
no começo de qualquer flerte ou experiência afetiva eu me comporto como uma rainha, mas tudo isso vai escorrendo pelo ralo a dentro e no final da experiência eu tô uma mendiga implorando por afeto. eu não sei porque faço isso comigo mesma, eu rejeito muitos caras em balada, por achar que eles estão sendo interesseiros, carentes demais, abertos demais, e tá aí um exercício que eu preciso aprender nesse assunto: me entregar pra experiencia. me parece que eu gosto daqueles caras que me fazem sofrer. não tá fácil ser hetera nesse mundo… por isso que tenho tanto medo de me relacionar. fora todas essas questões existenciais do nosso mundo, além do machismo, além da meritocracia e além do final feliz que nos é vendido, eu sinto que eu não sou suficiente e que a pessoa vai descobrir que eu sou uma farsa, que a rainha nunca existiu, era só uma grande fantasia. o que fica de verdade? a projeção de se fazer de difícil mas isso é puro disfarce.
eu tenho trabalhado muito nos últimos tempos pra me livrar dessa couraça, eu quero me ancorar em novas poesias, afinal vinicius de moraes estava totalmente errado “eu não preciso sofrer pra amar”, ou pelo menos eu não quero mais viver nessa intensidade que é pura ilusão. essa coisa de brigar com a pessoa pra depois se acertar na cama, chega disso!
chega dessa minha versão fajuta, eu quero um novo update de sistema… tô cheia de vírus nesse software já.
quero me libertar dessa criança que sente que não teve amor nem dos pais, apesar de ter sido muito amada, o vazio continua aqui e eu preciso resolver tudo isso eu comigo mesma, o outro nem nada vai completar essa porra de vazio. eu preciso de outra rainha aqui, essa rainha já tá ultrapassada…
o caminho de volta é o de dentro e você merece viver o amor desconhecido sim, bruli.