cê sabe que ultimamente eu tava aqui me sentindo muito estufada, e eu tenho esse movimento de ou não comer nada, ou comer demais. como toda criatura paradoxa, ela é assim, extremista e tem como meta aprender o caminho do meio. eu tave estranha. e os deuses que me perdoem, mas puta que pariu, tá foda não chorar e não se preocupar com o que estamos fazendo com o mundo.
estranha, desgastada, viciada, loucona em doce, em açúcar, devorando chocolate como se fosse um dementador, e depois ainda tinha que lidar com a culpa. sabe quando você sente que tá na hora de virar a página e escrever outro capítulo? ou melhor, eu preciso de plot twist mesmo, uma reviravolta, um chacoalhão - a vida tá chata kkk. ok, vou parar de reclamar e contar o que de fato eu ando sentindo.
tô fazendo movimentos e estribilhos pra dar um glow up em toda sensação fantasmagórica que andava me acompanhando: comecei a olhar melhor pra minha alimentação e como tentamos preencher o vazio com comida. e isso reverberou no desejo de buscar o tripê da saúde.
(foto minha em nazaré uniluz - meados de 2020)
já ouviram a palavra da macrobiótica?
um jeito de se alimentar, que se estende a uma filosofia e ecologia; é inspirada nas refeições dos monges budistas, baseado na sabedoria do yin e yang, que visa alimentos integrais, legumes, frutas e vegetais frescos, nada (ou quase nada) de alimentos processados, uma mastigação de qualidade e salivação. nesse estudo, se mastiga muito bem o alimento, o que junto da salivação faz um excelente trabalho na hora de entregar pro estômago o alimento já pastoso, facilitando a digestão.
essa pesquisa, naturalmente me levou nesse tripé que visa melhorar muito a saúde de um ser humano. sono, exercício físico e alimentação.
no quesito sono eu sou uma draga, viro reino mineral facinho e durmo feito pedra mesmo. salvo um dia ou outro que estou mais ansiosa mas é raridade na minha vida.
sobre alimentação, desde que fui vegetariana, eu despertei uma tendência de cuidar da alimentação e gostar do saúdavel. apesar de ter sido criada com kinder ovo e dar uns bons deslizes quando estou carentinha ou desgastada. por isso que esse foi um assunto que precisei investigar e chafurdar dentro de mim. tanto no lado mais racional mas também pro lado emocional, que era a estrutura que me mantém presa no vício em fast foods. eles são feitos pra viciar, é um surto. mas hoje eu percebo que se tenho vontade de comer (e como sem culpa) no outro dia eu fico toda cagada. isso não significa que não possa deslizar, mas que eu tenha cada vez mais olhos abertos na hora de cometer esses atos. (mesmo macrobiótica, comi muito chocotone no fim de ano rs)
com exercício físico, eu sempre fui muito mega preguiçosa, e isso é incoerente, porque sou atriz. talvez tenha a ver com a relação desafiante que tenho com meu corpo. mas como boa pessoa que ama desafios, eu gosto de investigar essas questões dentro de mim. tenho um corpo todo travado e cheio de tensões e traumas, e saquei que tá mais do que na hora de olhar pra isso! não preciso virar uma atleta, mas o mínimo de aquecimento e alongamento tem me feito muito bem pra alma, e eu consigo já perceber diferenças que lubrificam o meu corpinho. é quase como se ele dissesse pra mim “bora gatinha, temos muito trabalho pra cumprir ainda aqui nessa terra”.
é gostoso perceber essas pequenas mudanças quando estamos dispostas a fazê-las de verdade e o quanto elas reverberam. e eu acho importante não se culpar, quando não conseguimos cumprir esses pilares. o equilíbrio faz muita diferença mas é mais importante ainda sacar as nossas fases, aquilo que está sendo proposto no momento presente e o quê conseguimos sustentar de verdade.
a própria macrobiótica e outros assuntos que já vivi na vida, me confirmam que extremismos ou xiismo não nos levam a lugar nenhum. é um ensinamento do zen budismo buscar o caminho do meio.